Quando eu era miúda, havia uma boneca fofinha… Bem, na verdade, havia-as aos pontapés, mas isso agora não interessa nada.
Dizia eu, havia uma boneca fofinha, chamada Joana. Esta querida trazia um biberão que era suposto enchermos com água e sabão para lhe darmos de “beber” (que rica dieta!), após o que a fofucha fazia bolhinhas com a boca ao apertar-se-lhe o braço.
Claro que aqui a esquila pediu uma à mãe. A minha mãe ponderou os prós e os contras da aquisição, ou seja, Custo da boneca vs. Orçamento familiar, já que os 70s eram, tal como agora, uma época de vacas magras. Mas tudo correu pelo melhor, e a Joana lá caiu no sapatinho desta esquila.
Tudo corria bem até que a mãe começou a não achar muita piada às poças de água com sabão que se acumulavam pela casa e a vontade dela era já pegar na malfadada boneca e enfiá-la num canto escuro qualquer, longe das mãozitas aqui da vossa amiga.
Mas eis que senão o destino joga a favor da esquila-mãe: por acaso, a bonequita tinha um defeito na barriga – o plástico vinha mal moldado, formando uma rugosidade semelhante a pequenas borbulhas. Claro que a minha mãe, engenhosa como só ela, convence-me de que aquilo era fruto de uma alergia ao sabão e que eu nunca mais lhe poderia dar aquele alimento tão nutritivo e saudável (e, sobretudo, divertido)… E a tansa aqui acreditou, claro!
E assim se corta o barato a uma criancinha.
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A minha era a da esquerda. |